O Que é o Peixe Tetra Mojo?

O peixe tetra mojo é uma espécie conhecida pela sua coloração vibrante e comportamento ativo, tornando-se popular em aquários por todo o Brasil. Porém, recentemente, ele foi alvo de uma decisão polêmica por parte do IBAMA.

 

A história

O peixe conhecido como “tetra mojo” refere-se provavelmente ao tetra-negro (Gymnocorymbus ternetzi), uma espécie ornamental que, quando geneticamente modificada para emitir fluorescência, tem atraído a atenção de aquaristas. Essas variedades transgênicas são criadas pela inserção de genes de anêmonas ou águas-vivas, resultando em cores vibrantes que brilham sob luz ultravioleta.

No Brasil, a importação, manutenção e comercialização desses peixes geneticamente modificados são proibidas, pois eles não passaram por avaliação de risco nem possuem liberação comercial emitida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Essa restrição visa prevenir riscos ambientais associados à possível liberação desses organismos no meio ambiente, já que a introdução de espécies exóticas pode causar desequilíbrios ecológicos significativos.

Em uma operação recente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu mais de 58 mil peixes ornamentais transgênicos, incluindo o tetra-negro modificado. Foram aplicadas 36 multas, totalizando R$ 2,38 milhões, com valores variando entre R$ 60 mil e R$ 500 mil para os comerciantes envolvidos.

Embora o preço médio desses peixes no mercado varie entre R$ 14 e R$ 20, a comercialização sem autorização pode resultar em penalidades financeiras severas. Além disso, a introdução desses organismos no ambiente natural pode acarretar multas ainda mais altas, consideradas gravíssimas, chegando a R$ 1,5 milhão.

Entenda

Peixes ornamentais geneticamente modificados, como o “tetra mojo”, têm gerado discussões significativas no Brasil. Embora a comercialização desses peixes seja proibida, há relatos de sua presença em ambientes naturais, indicando possíveis reproduções fora de cativeiro. Um estudo de 2022 documentou a presença de peixes transgênicos fluorescentes em nascentes da Mata Atlântica, sugerindo que esses organismos podem estar se reproduzindo naturalmente no ambiente selvagem.

A origem desses peixes remonta ao final dos anos 1990, quando pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura desenvolveram o primeiro peixe geneticamente modificado. Eles inseriram genes de proteínas fluorescentes provenientes de corais marinhos e águas-vivas no peixe-zebra (Danio rerio), resultando em variedades com colorações vibrantes. Os pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura desenvolveram os primeiros peixes geneticamente modificados no final dos anos 1990 com um propósito científico. O objetivo inicial era criar um organismo que pudesse detectar a presença de poluentes na água.

Com o tempo, esses peixes chamaram a atenção por sua aparência vibrante e passaram a ser comercializados para o mercado de aquarismo ornamental. Assim, o que começou como um experimento para monitoramento ambiental acabou se tornando um dos peixes ornamentais mais populares, sendo reproduzido naturalmente em cativeiro sem necessidade de novas modificações genéticas.

O peixe tetra mojo, apesar de ter sido inicialmente modificado geneticamente para apresentar coloração fluorescente, já se reproduz facilmente em cativeiro sem necessidade de novas modificações. Isso significa que os exemplares encontrados hoje não são mais diretamente transgênicos, pois já nasceram com essa característica e a mantêm naturalmente ao longo das gerações. Essa adaptação facilita sua criação e manutenção, tornando-se um peixe ornamental cada vez mais presente entre aquaristas.

A comercialização desses peixes foi inicialmente realizada pela empresa norte-americana Yorktown Technologies, que obteve os direitos de venda dos cientistas de Cingapura e lançou o produto sob a marca registrada GloFish®. Além do peixe-zebra, outras espécies, como o tetra-negro (Gymnocorymbus ternetzi), foram posteriormente modificadas para exibir fluorescência e comercializadas com nomes como “Cosmic Blue” e “Electric Green”.

No Brasil, a introdução e comercialização desses peixes transgênicos são proibidas devido a preocupações ambientais e à falta de avaliação de risco adequada. Apesar das restrições, a presença desses peixes em ambientes naturais brasileiros levanta questões sobre os desafios de controle e os possíveis impactos ecológicos associados à sua disseminação.

“O que você acha sobre a proibição do tetra mojo no Brasil? Você concorda ou acha que deveria ser permitido? Deixe seu comentário abaixo e participe da discussão!”


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