Nome comum: Cu00e3o domu00e9stico

Nome cientu00edfico:Canis familiaris

Tipo: Mamu00edfero

Dieta: Onu00edvoro

Coletivo: Matilha

Tempo de vida mu00e9dio na natureza: 12 anos

Tamanho: Entre 12,7 e 88 centu00edmetros da cernelha atu00e9 o chu00e3o

Peso: Entre 1,3 e 113 quilos

O que u00e9 um cu00e3o domu00e9stico?

O termo u201ccu00e3o domu00e9sticou201d refere-se a qualquer uma das centenas de rau00e7as de cu00e3es existentes no mundo atualmente. Embora esses animais variem drasticamente em aparu00eancia, todos os cu00e3es u2014 do chihuahua ao dogue-alemu00e3o u2014 su00e3o membros da mesma espu00e9cie, a Canis familiaris. A espu00e9cie separa cu00e3es domu00e9sticos dos canu00eddeos selvagens, como coiotes, raposas e lobos.

Cu00e3es domu00e9sticos normalmente su00e3o criados como animais de estimau00e7u00e3o, embora muitas rau00e7as sejam capazes de sobreviver por conta pru00f3pria, seja na natureza ou nas ruas da cidade. De acordo com um estudo de 2016 sobre consumidores, os cu00e3es estu00e3o presentes em um teru00e7o de todos os lares do mundo. Esse nu00famero torna o cu00e3o domu00e9stico o animal de estimau00e7u00e3o mais popular do planeta.

Origens evolutivas

Todos os cu00e3es descendem de uma espu00e9cie de lobo, mas nu00e3o do lobo-cinzento (Canis lupus), como muitas pessoas supu00f5em. Na realidade, evidu00eancias de DNA sugerem que o lobo ancestral dos cu00e3es modernos, atualmente extinto, era eurasiano. No entanto cientistas ainda trabalham para compreender exatamente qual espu00e9cie deu origem aos cu00e3es.   

Outra questu00e3o que permanece um mistu00e9rio u00e9 o momento em que os cu00e3es se separaram de seus ancestrais selvagens, mas estudos genu00e9ticos sugerem que tenha ocorrido entre 15 mil e 30 mil anos atru00e1s.

Embora seja impossu00edvel determinar exatamente como uma espu00e9cie de lobo selvagem se tornou um cu00e3o domesticado, a maioria dos cientistas acredita que o processo aconteceu gradualmente u00e0 medida que os lobos se tornaram mais u00e0 vontade com a presenu00e7a dos humanos. Talvez os lobos tenham iniciado esse contato simplesmente comendo restos deixados por humanos. Muitas gerau00e7u00f5es depois, humanos podem ter incentivado uma aproximau00e7u00e3o dos lobos, alimentando-os ativamente. Posteriormente, esses lobos podem ter sido acolhidos entre as pessoas e acabaram sendo criados para incitar determinadas caracteru00edsticas. Acredita-se que todo esse processo tenha ocorrido ao longo de milhares de anos.

Rau00e7as de cu00e3es

Hoje em dia, muitos dos cu00e3es que conhecemos e amamos su00e3o provenientes da reproduu00e7u00e3o seletiva entre indivu00edduos com caracteru00edsticas deseju00e1veis, sejam fu00edsicas ou comportamentais. Por exemplo, cerca de 9,5 mil anos atru00e1s, os povos antigos comeu00e7aram a criar cu00e3es que eram mais capazes de sobreviver e trabalhar no frio. Esses cu00e3es se tornariam a famu00edlia de cu00e3es de trenu00f3 u2014 incluindo rau00e7as como huskies e malamutes u2014 que permanece relativamente inalterada nos dias de hoje.

Da mesma forma, os humanos criaram pastores-alemu00e3es por sua capacidade de pastorear gado, labradores para ajudar a recolher patos e outros animais de cau00e7a abatidos por cau00e7adores e dachshunds, tambu00e9m conhecidos como salsichas pelo formato de seus corpos, por sua capacidade de correr dentro de uma toca atru00e1s de um texugo. Diversas outras rau00e7as foram criadas para atender a diferentes necessidades humanas, como proteu00e7u00e3o domu00e9stica e controle de pragas.  

Determinadas rau00e7as tambu00e9m foram criadas para tornar os cu00e3es mais atraentes como companheiros. A rau00e7a labradoodle,  por exemplo, que combina as caracteru00edsticas de um labrador e um poodle, foi desenvolvida como uma tentativa de criar um cu00e3o-guia hipoalergu00eanico.

Cu00e3es de trabalho modernos

Embora hoje em dia as pessoas dependam menos dos cu00e3es para as tarefas diu00e1rias do que antigamente, ainda existem muitos trabalhos modernos para eles.

Como o olfato do cu00e3o domu00e9stico u00e9 de 10 mil a 100 mil vezes melhor do que o nosso, os cachorros atualmente auxiliam em au00e7u00f5es policiais farejando drogas, explosivos e atu00e9 mesmo eletru00f4nicos. Tambu00e9m podem auxiliar conservacionistas a encontrar e proteger espu00e9cies ameau00e7adas de extinu00e7u00e3o farejando com seus focinhos superpoderosos.

Os cu00e3es auxiliam equipes de busca e resgate apu00f3s desastres naturais ou em casos de pessoas perdidas em ambientes externos. Treinados para alertar sobre explosivos escondidos e inimigos, atuam como aliados em operau00e7u00f5es militares. Outros cu00e3es ajudam a polu00edcia a procurar fugitivos da prisu00e3o ou os corpos de vu00edtimas de assassinato. Alguns trabalham em parceria com funcionu00e1rios de alfu00e2ndegas em busca de contrabando, desde drogas a marfim de elefante. Outros ainda lideram o caminho rastreando cau00e7adores ilegais, patrulhando navios de carga em busca de ratos que possam escapar em portos distantes ou descobrindo pragas de insetos florestais em carregamentos de madeira provenientes do exterior.

Os cu00e3es tambu00e9m podem farejar os primeiros sinais da doenu00e7a de Parkinson, diabetes, diversos tipos de cu00e2ncer, ataques epilu00e9ticos iminentes e bactu00e9rias resistentes a antibiu00f3ticos. Guiam deficientes visuais e auditivos, alu00e9m de ajudar pessoas com autismo e transtorno de estresse pu00f3s-traumu00e1tico a lidar com a ansiedade.

Convivendo com cu00e3es

A maioria dos cu00e3es surgiu de uma mistura de rau00e7as u2014 em 2015 um estudo estimou que apenas 5% dos cu00e3es em abrigos su00e3o de rau00e7a pura. Cu00e3es diferem em termos de tamanhos, formas, cores e tambu00e9m de temperamentos. Um buldogue pode parecer feroz mas ser du00f3cil como um gatinho, em contrapartida um cocker-spaniel fofo pode abocanhar seu dedo sem pensar duas vezes.

u00c9 por esse motivo que Jack Hanna, especialista em convu00edvio com animais, recomenda ensinar as crianu00e7as a sempre ter cuidado com um cu00e3o que nu00e3o conhecem. Ele explica que as crianu00e7as devem pedir permissu00e3o ao tutor do cachorro antes de tentar acariciu00e1-lo ou brincar com o animal. Estender a mu00e3o para o cu00e3o cheirar tambu00e9m permite que ele se familiarize com uma nova pessoa antes de ju00e1 colocar diretamente a mu00e3o por tru00e1s da cabeu00e7a do animal, onde ele nu00e3o consegue ver o que um desconhecido estu00e1 fazendo, o que pode deixu00e1-lo nervoso ou assustado. Por fim, nunca permita que crianu00e7as coloquem seus rostos perto do focinho de um cachorro.

u201cNu00e3o importa qual rau00e7a de cachorro sejau201d, disse Hanna u00e0 National Geographic. u201cO tutor pode dizer: u2018bom, ele nunca mordeu ninguu00e9m antesu2019. Mas nu00e3o u00e9 esse o ponto. A questu00e3o u00e9 que isso pode acontecer.u201d

Claro que quando os cu00e3es su00e3o cuidados adequadamente e tratados com respeito, podem ser companheiros incrivelmente amorosos, brincalhu00f5es e inteligentes. Alu00e9m disso, ao entender a origem dos cu00e3es, seus tutores podem aprender a admirar ainda mais seus companheiros caninos.

Afinal, os latidos e o abanar de rabo de um cu00e3o quando seu tutor pega um saco de petiscos su00e3o comportamentos remanescentes de quando os ancestrais do animal precisavam se comunicar com os outros membros da matilha. Ir buscar gravetos e bolas arremessados pode estar relacionado u00e0 perseguiu00e7u00e3o de presas, enquanto cavar no tapete ou na cama remete a como um canu00eddeo selvagem prepararia seu local de dormir. E cada vez que um cu00e3o interrompe a caminhada para cheirar algo, estu00e1 analisando os feromu00f4nios deixados pela urina de outro cachorro.

Consideramos esses comportamentos normais porque os cu00e3es se tornaram u201co melhor amigo do homemu201d. Mas no u00edntimo de cada pit-bull e lulu-da-pomeru00e2nia hu00e1 indu00edcios do passado.