O Canário Malinois ou Waterlager tem uma origem muito antiga, tão antiga como o canário Harz.
Desde sempre foi considerado como uma das primeiras raças “produzidas” na canaricultura e seguramente é um dos mais directos descendentes dos canários descritos por Juan Batista Xamarro no seu livro editado em 1604.
Este escritor descreve no seu livro publicado em Madrid em 1604, dois canários selvagens, um verde claro e um verde mais escuro, que aparentemente tinham a maioria das suas notas musicais vindas do rouxinol europeu.
Desde o século XV, os mineiros das regiões de Imst e Andreasberg (no maciço de Harz),esforçaram-se em ensinar a este canário o canto do rouxinol, colocando os jovens canários junto dessas aves silvestres.
Enquanto os criadores da região de Harz orientaram-se mais na criação de um canário de canto suave e doce (o canário de Harz), com muita paciência os mineiros conseguiram em parte o seu objectivo, sobretudo em países como a Holanda e Bélgica onde houve mais interesse na criação e enobrecimento deste novo tipo de canário de canto.
Eles atribuíram um particular cuidado na sua educação, sendo escrupulosos e meticulosos com a aprendizagem de canto.
Também os juízes eram excepcionalmente exigentes.
A disciplina observada em tudo o que dizia respeito à reprodução do canário da canção do rouxinol não demorou muito para dar resultados muito favoráveis.
Uma vez que os resultados desejados foram obtidos, foi atribuído a este novo canário o nome de “Belgiche waterslager”.
Foi nas proximidades da cidade de Mechelen (Malines), localizada a cerca de vinte quilômetros ao sul de Antuérpia, que foram alcançados os melhores resultados e em pouco tempo também os melhores canários cantores.
Naquela altura e para divulgar as suas aves junto dos potenciais interessados, era normal os criadores e comerciantes alegarem que os seus canários cantores vinham da região de Malines.
Foi através dessa associação que os canários cantores passaram a ser designados como “canários de canto Malinois” ou apenas “Malinois .
Para os criadores da época, o nome “Malinois” era garantia de qualidade, sabendo de antemão que iriam adquirir uma ave cantora top e diferenciada das demais.
De toda a informação e história que conhecemos deste canário, sabemos que passou, e tal como o Harz, por ser um detector de gases nas minas, onde dia após dia escutava o constante gotear da água e o picar dos martelos, de onde pode ter aprendido os sons metálicos e muitos outros que ele depois transformou em notas e que com o tempo incorporou pouco a pouco no seu canto.
O canário Malinois é um canário de canto caracterizado por sons de água ou golpes de água, profundos e graves, sendo característica a relação entre a postura, forma e solidez que apresenta.
Trata-se de um canário com tamanho médio apreciável (cerca de 16,5 cm), de peito arredondado e largo, e pescoço delgado e comprido.
O canário deve possuir coloração amarela ou malhada de manchas melânicas e os olhos devem ser pretos e brilhantes.
A cabeça deve ser pequena, com o bico cônico.
O pescoço é fino e comprido.
As asas são fechadas contra o corpo e as pontas não se devem cruzar.
As pernas têm um comprimento médio e são finas.
A cauda deverá ser bem fechada.
A plumagem é fechada, lisa e sedosa, sem frisos.
A postura deverá ser levemente dobrada.
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