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HISTÓRIA DO CANÁRIO ARLEQUIM PORTUGUÊS

O Canário Arlequim Português é como o nome indica, uma raça com origem em Portugal.
O canário silvestre ancestral, espécie indígena das ilhas atlânticas,(Portuguesas e Espanholas), foi desde o século XV trazido para Portugal continental em grandes quantidades, inicialmente destinados às casas nobres e posteriormente transmitidos e criados por artesãos e camponeses.
O Canário Arlequim Português descende diretamente dessas aves vindas das ilhas atlânticas.
Antes da fixação, por seleção, das atuais variedades totalmente lipocromicas, existiu uma mutação que, inibindo a melanina parcialmente em certas zonas do corpo (acianismo parcial), conduziu ao aparecimento dos primeiros canários variegados.
Os antigos canários malhados, resultantes desta mutação original, coexistiram desde sempre em Portugal com as atuais variedades homologadas, sendo criados por muitos aficionados devido às suas características de grande beleza e rusticidade.
É aliás a rusticidade deste canário, motivada pela grande variabilidade genética, uma das características que o tornaram tão popular.


O Canário Arlequim Português foi uma raça sonhada, projetada e criada pelo professor Armando Moreno, o pai da raça.
Desde criança que o professor Armando Moreno frequentava as feiras de venda de pássaros, realizadas em Portugal, e pôde observar como os criadores portugueses se mantinham fiéis ao canário rústico, variegado, em que o lipocromo e o melânico se fundiam, muito antes de as organizações internacionais estabelecerem a rígida divisão entre melânicos e lipocromos que é, naturalmente, uma divisão artificial, embora lógica e aceitável.
As aves variegadas eram de dois tipos: ou amarelo e verde, ou cinza e branco.
No entanto, apercebeu-se também do aparecimento nessas feiras, de aves portadoras de uma mistura do cinza com o laranja, o bronze, o branco, e o amarelo, aves de uma grande beleza e estrutura de corpo, viveza de expressão, e alegria de canto, além de uma rusticidade elevada.
Decidiu, então, começar a criar esse tipo de canários.
Num exame mais cuidadoso a essas aves, observou a existência, além das cores mencionadas, do castanho do dorso, que não tomava a cor de fundo laranja, e os bastonetes negros.
Assim, estas aves possuíam um total de 6 cores.
O canário Arlequim Português é, essencialmente, um canário de desenho, policromo, vivo, rústico, alegre, que mantém a tradição da variedade de desenho, que sempre existiu nos canários ancestrais, criados pelos antigos criadores.


Posteriormente apareceram alguns exemplares com fator vermelho e com poupa, o que levou os criadores destes populares canários variegados a procederem à fixação desse fator poupa, criando assim a base fenotípica de uma nova variedade de canários de porte.
A criação seletiva entretanto efetuada, por iniciativa do Professor Armando Moreno, com um grupo restrito de criadores, sobretudo a partir da década de 80, veio a tornar este canário mais longo, esguio e de cabeça mais estreita, mantendo a original poupa em tricórnio e a cor variegada com fator vermelho mosaico, destacando-se claramente do vulgar canário de cor, características que ainda marcam atualmente o Canário Arlequim Português.
O Canário Arlequim Português foi apresentado pela primeira vez numa exposição regional, da associação mais antiga Portuguesa, a A.A.P., Associação dos Avicultores de Portugal, em Lisboa, em 1997.
Em 1998, o entretanto criado, Clube do Canário Arlequim Português, solicitou a aprovação da raça, tendo o dossier técnico, completo e pormenorizado do Arlequim Português, sido apresentado ao Colégio Português de Juízes de Ornitofilia – CPJO, que apreciou também diversos exemplares de vários criadores entretanto apresentados extra concurso nesse ano.
No ano seguinte, em 28 de Junho de 1999, após estudo e aceso debate e apreciação de diversos exemplares de poupa e sem poupa, individuais e por equipas, a Comissão Técnica de Porte do Colégio Português de Juízes, aprovou por unanimidade analisar esta candidatura de homologação, apreciando a raça extra concurso no maior número de exposições regionais possível, e obrigatoriamente nos campeonatos nacionais, durante um período experimental de 2 anos (1999 e 2000).
Nesta apreciação e julgamento extra concurso nos campeonatos nacionais, deveriam estar presentes, no mínimo, 2 equipas de aves (com poupa e sem poupa), 7 individuais com poupa e 7 individuais sem poupa.
As aves julgadas, obrigatoriamente por 2 juízes de porte, deveriam possuir no mínimo 87% das características exigidas e definidas no standard da raça constante do dossier técnico apresentado, para que a raça fosse definitivamente aceite em Portugal.
Decorridos os 2 anos de apreciação, reuniu de novo a Assembleia Geral Ordinária da Comissão Técnica de Porte do CPJO, tendo sido apresentados e discutidos os resultados obtidos nos 2 anos de apreciação.
Nessa Assembleia, a qual foi realizada em Dezembro de 2000, no decurso do 56º Campeonato Nacional de Ornitologia, em Peniche, Portugal, foi definitivamente aprovada e homologada em Portugal a raça Arlequim Português, classificada como raça de porte de plumagem lisa e de poupa.
Os promotores da raça Arlequim Português manifestaram, logo desde a homologação nacional, o objectivo de apresentar esta raça às instâncias internacionais COM/OMJ, para análise e posterior homologação.
Assim decidiu-se apresentar esta raça à COM/OMJ, no ano seguinte à homologação nacional, em 2001, por ocasião do 49º Campeonato Mundial, realizado em Santa Maria da Feira, Portugal.
Nesta exposição as aves não atingiram os mínimos requeridos, em grande parte devido à inexperiência dos criadores e promotores, tendo o processo recomeçado do início.
No 51º Mundial de Amiens, França, em 2003, foram de novo apresentados exemplares extra concurso para apreciação.
No entanto apesar de terem sido apresentadas 5 individuais de poupa, 5 individuais sem poupa, 1 equipa de poupa e 1 equipa sem poupa, só foram apreciadas algumas destas aves e estas não obtiveram o mínimo de 87% das características do Standard, pelo que a raça foi de novo recusada, levando ao recomeço do processo desde o primeiro ano.
Em reunião efetuada em 5 de Julho de 2003, estando presentes diversos responsáveis do Clube do Canário Arlequim Português e da Comissão Técnica de Canários de Porte do Colégio Português de Juízes de Ornitofilia, foi decidido modificar o Standard do Canário Arlequim Português como forma de o tornar mais objetivo, mantendo as características básicas da raça de acordo com o estabelecido inicialmente pelos seus promotores e criadores, mas adaptando-o à evolução entretanto verificada.
Foi então definido que a pontuação de algumas das rubricas deveria ser alterada, de forma a caracterizar melhor a sua importância relativa, tendo por base critérios técnicos e não esquecendo que se tratava de uma raça de porte.
Assim foi decidido que rubricas como a Cor, a Cabeça/Poupa e a Cauda deveriam diminuir a sua importância relativa, enquanto que outras, como o Corpo (forma) e a Posição/Movimento, deveriam ter uma maior pontuação, por serem rubricas mais distintivas e ligadas ao porte da ave.
Esta alteração do standard, tinha em vista clarificar alguns aspectos das características de raça de porte, tornando-o mais objetivo e facilitando assim a correta avaliação por parte dos juízes nacionais e internacionais.
No 52º Mundial, realizado na cidade de Lausanne, Suíça, foi de novo apresentada uma seleção de 9 Canários Arlequim Português, 5 individuais e 1 equipa, que foram apreciados por Juízes OMJ de vários países.
Desta vez, e atendendo à modificação recente do standard, foi necessário um grande trabalho de divulgação do novo standard, através da publicação de artigos em várias publicações da especialidade.
Este trabalho contribuiu para um maior conhecimento da raça e para a eliminação de muitos dos preconceitos, a nível internacional, contra o Arlequim (um canário erradamente visto como um “malhado” ou “panaché” por alguns), mas não foi suficiente para obter o reconhecimento.
Finalmente e passados vários anos, e depois de 2 reconhecimentos da raça em mundiais anteriores, foi em 2010, no mundial realizado em Matosinhos, Portugal, que houve lugar ao 3° reconhecimento da raça em mundiais, e respectiva homologação como raça de canários de porte.
Finalmente Portugal tinha a sua primeira raça nacional.


É curioso observar que sendo Portugal um País onde o canário existe e é criado desde o século XV, só no final do século XX, início do século XXI, é que conseguiu ter a sua primeira raça de Canários homologada.
É ainda curioso verificar que algumas raças de canários deixam transparecer de modo significativo o carácter das populações que os criaram:
O Frisado Parisiense parece conter em si uma bailarina de Can-Can.
Por sua vez o Yorkshire representa a distinção do lorde inglês.
Ao alemão assemelha-se o canário do Harz, resultado de uma disciplina rigorosa, assumida em escolas alinhadas, como os elementos de um exército.
O Timbrado reflete o folclore espanhol, com as suas castanholas.
Em Portugal, mercê das características da população rústica, avessa a racismos e, ao contrário, mais dada à fusão das raças, criou-se um canário de cores múltiplas, vivo e alegre.
O Canário Arlequim Português.
Deve notar-se que esta raça permite uma variedade de desenhos que tornam a sua criação fascinante pelo imprevisto e impede a monotonia que muitas raças de cor imprimem às exposições, onde são apresentadas centenas de aves todas iguais, com pequenas diferenças, só reconhecíveis por especialistas.
O canário Arlequim Português tem hoje uma expansão em todo o Mundo devido às características principais que resultam da seleção do canário ancestral, cultivado pelas populações portuguesas a partir do canário selvagem.
O corpo deverá ser alongado, esguio e harmonioso, com ombros ligeiramente visíveis.
O peito deverá ser ligeira e uniformemente arredondado.
O dorso deverá ser estreito e reto, na mesma linha da cauda.
As asas deverão ser longas, bem aderentes ao corpo, sem se cruzarem nem decaírem.
A poupa (no Arlequim Poupa), deverá ser em forma triangular (2 ângulos atrás e 1 virtual à frente), irradiando de um ponto central no cimo da calota e descaindo aderente e simetricamente, sem cobrir olhos e bico.
A cabeça (no Arlequim Par) deverá ser estreita e alongada, mais larga atrás do que à frente.
O bico deverá ser forte e proporcional.
Os olhos vivos e bem visíveis.
O pescoço deverá ser bem delineado e harmonioso, destacando claramente a cabeça do corpo.
Deverá ter uma posição erguida com um ângulo de 60º e altiva.
O corpo deverá ser bem elevado e a cabeça levantada.
A ave deverá ser alegre e com movimento ágil.
Deverá ter 16 cm de comprimento, da cabeça até à extremidade da cauda.
A cor deverá ser equilibradamente variegada (melanina / lipocromo), com presença de lipocromo vermelho vivo nas zonas características do fator mosaico.
O dimorfismo sexual resultante caracteriza-se por uma extensão superior de lipocromo vermelho nos machos em relação às fêmeas.
A coloração artificial é obrigatória.
A plumagem deverá ser lisa, compacta, sedosa, brilhante e bem aderente ao corpo.

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